A manhã desta segunda-feira, 26 de maio, marcou o início da atuação da comitiva do Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed) em Brasília. Sob o céu azul do outono brasiliense, o presidente da entidade, Dr. Helton Monteiro, e o diretor, Dr. Brunno Goes, iniciaram uma intensa e estratégica agenda institucional que se estenderá até o dia 29.
A presença do Sindimed na capital federal não é um gesto isolado. Pelo contrário, integra uma trajetória contínua de mobilização em defesa da categoria médica, que já rendeu capítulos importantes, como a atuação marcante, em novembro de 2024, ao lado da Federação Médica Brasileira (FMB), em articulações no Congresso Nacional pela aprovação do piso salarial dos médicos e cirurgiões-dentistas.
Neste ano, a ida dos representantes sergipanos está inserida na II Caravana pelo Salário Mínimo de Médicos e Cirurgiões-Dentistas, movimento nacional que reúne entidades médicas de todo o país em torno de uma pauta central: a construção de um piso salarial compatível com a alta complexidade da profissão, a responsabilidade social do ofício e o nível de formação exigido para o exercício pleno da Medicina.
O primeiro compromisso da agenda, ainda nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira, já sinalizava o peso da missão. No Palácio do Planalto, a comitiva, ao lado da FMB, levou pautas fundamentais para a categoria, entre elas, a luta por melhores condições de trabalho, a valorização da carreira e a consolidação de um piso salarial justo, como forma de assegurar dignidade profissional e qualidade na assistência médica prestada à população.
A recepção esteve à altura da relevância das demandas apresentadas: o grupo foi recebido por autoridades de expressão nacional, como Itanamara Guedes, representando o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo; Fernanda Magano, presidenta do Conselho Nacional de Saúde; e o médico Marcos Pedrosa, representante do Ministério da Saúde.
Durante o encontro, o presidente do Sindimed apresentou um amplo leque de reivindicações, colocando no centro do debate as dores e urgências enfrentadas pela categoria médica.
“Tivemos uma reunião importantíssima”, destacou o presidente do Sindimed, Dr. Helton Monteiro. “Levamos ao governo federal a nossa preocupação com o Programa Médicos pelo Brasil, especialmente a redução do salário-base desses profissionais e os constantes atrasos nos pagamentos, principalmente para aqueles que atuam em áreas rurais e regiões vulneráveis”, salientou.
Entre os temas mais sensíveis debatidos, esteve a abertura desenfreada de escolas médicas no Brasil, sem o devido planejamento e sem contrapartida na ampliação de vagas para residência médica. Como resultado do encontro, ficou acordada a participação da FMB nos grupos de discussão do Conselho Nacional de Saúde que tratam do tema, reforçando a necessidade de equilíbrio entre expansão e qualidade na formação médica.
A diretora do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) e integrante da FMB, Ariete Araújo, reforçou as críticas à abertura indiscriminada de cursos de Medicina, lembrando que, sem a devida expansão das vagas para residência, o sistema tende a formar médicos sem especialização adequada.
Outra pauta levada à mesa foi a da previdência social. A categoria médica, frequentemente exposta a ambientes insalubres, tem sido negligenciada pelas recentes reformas previdenciárias.
“A reforma não previu uma regra justa para os médicos que atuam em condições insalubres. Vamos integrar o grupo de trabalho que discutirá esse ponto, cobrando um modelo de aposentadoria que respeite o desgaste físico e mental da nossa profissão”, completou o presidente.
Ainda durante a reunião, Dr. Helton Monteiro chamou atenção para a urgência de ampliar a representatividade da FMB nos espaços de decisão do Sistema Único de Saúde.
“Reivindicamos a inclusão da FMB na mesa de negociação permanente do SUS, no Conselho Deliberativo da AgSUS e em todos os fóruns que discutem os vínculos precários de trabalho. Esses modelos, como contratações via pessoa jurídica ou cotas de empresas, precarizam a prática médica e ferem a autonomia profissional. Precisamos de vínculos que fortaleçam a relação do médico com o sistema e com o paciente”, pontuou.
Caravana nacional segue até o dia 29
Nos próximos dias, o presidente do Sindimed, Dr. Helton Monteiro, e o diretor, Dr. Brunno Goes, seguirão em articulação conjunta com os representantes da FMB, cumprindo uma agenda intensa com a bancada sergipana no Congresso Nacional e com outros parlamentares de diversas regiões. O objetivo é ampliar o apoio político às pautas da categoria, reforçando o compromisso com uma medicina mais valorizada, digna e comprometida com o bem-estar da população brasileira.
Por Joangelo Custódio, assessoria de comunicação Sindimed.